terça-feira, 30 de setembro de 2014

Quando publicamos um livro só fica faltando um ingrediente - humildade


Foi o primeiro livro, fiquei orgulhosa a princípio, mas felizmente essa fase passou. Bem encadernado e ilustrado, obteve bastante sucesso na minha cidade. Sucesso esse que só serviu para inflar o meu ego de menina metida a intelectual.
Felizmente, o orgulho foi lapidado a tal ponto que nunca mais o manuseei, aliás nem me lembrava mais da sua existência até que hoje, justamente hoje, fui espanar a poeira e lá estava a tal "A Ilha do Milionário" a me espreitar. Mas eu lhe sussurrei baixinho: não vou lhe fazer concessões, você foi romântico demais e tudo acabou entre nós, não quero mais papo contigo.
Insuportável a história, mas para quem gosta de um bom copo d'água gelada com bastante açúcar, dá para descer redondo e encarar.
Um empresário, condenado por um diagnóstico letal por seu médico de confiança, compra uma belíssima ilha no Caribe e muda-se para lá com tudo o que tem direito. Mas...ohhhhh, falta-lhe a sua "rainha", o grande amor de sua vida que ele projeta na sua arrumadeira, a principio muito boazinha e solícita, mas que acaba por tentar abreviar o fim do seu ex patrão em conluio com quem? Obviamente com o tal doutor de confiança e blá, blá, blá, blá.
E agora, passados tantos e tantos anos, já consigo alinhavar algo um pouco melhor melhor, mas lutei e luto muito comigo mesma, com a minha vaidade pessoal e, principalmente, com a humildade em reconhecer os verdadeiros talentos da literatura nacional e mundial. Li Fernando Pessoa, li desde Drummond a Faulkner e a lista não parou nem vai parar nunca. E tem ainda o cinema que se traduz atualmente na minha verdadeira e maior paixão.
Será que viverei para assistir a todos os filmes (de qualidade) do mundo?
Só mais uma breve observação; a música italiana aqui cantada vai continuar porque existe uma, nessa sim, uma fascinante história por trás da bela voz de Iva Zanicchi e que será contada na próxima postagem, assim espero.
As flores que aparecem aqui ficam por conta de um capítulo dedicado a um jardim de tulipas que César (o coitadinho do milionário) plantara com suas próprias mãos. Bom, pelo menos essa foi a única e melhor parte dessa  trama que ficou enterrada no passado, e para sempre.