quarta-feira, 29 de junho de 2011

Versos em D de Diva

César Costa Filho, o nosso Cesinha, compositor e intérprete mais sutil e discreto da MPB, totalmente avesso às luzes dos refletores - afastou-se cedo e por completo da vida artística - compôs e cantou, entre muitos sucessos da década de 70, uma música bastante original e de uma ternura ímpar. Diva seria uma variante da palavra vida com algumas aliterações no conteúdo do poema? Bem, problemas para os gramáticos de plantão. A Poesia de Diva parece-me levemente erotizada, mas exalta a multiplicidade da psicologia feminina e, por consequência, da própria vida.O romantismo, essa idealização da mulher amada, não me parece tão marcante. Todos os seus versos incluem a letra "d". Observem e vejam que estrutura poética e melódica esse artista e estudioso(cursou a faculdade de Letras) legou para a posteridade. Lindo! Genial! Inspiração em estado puro.
DIVA

Diva
Trouxeste a vida e a vida te levou
Deixando em vão um devaneio

Triste dia
Chovia e Diva te dividias
Devagar
Mulher e nuvem
Diva
Te devo a vida e a vida deve a mim
A tua voz que me implorava amor
Eu ouvia
Te dava e Diva
Não duvidavas que eras dívida e dádiva
Diva
A vida é dádiva, é divída, é devaneio
A vida me deve Diva...ôoooooo
Quero Diva de novo num dia de chuva
Diva
Sei que a vida é dividir, duvidar
Diva
Divina nuvem dividida
Ô Diva
Divina Nuvem dividida
Diva



sexta-feira, 17 de junho de 2011

Liz e Burton, amor gostoso e rasgado


Brigas, tapas e beijos. Reconciliações e anel de diamante no dedinho dela. Casaram-se e divorciaram-se por duas vezes.Ele bebia até o fígado dizer chega e ela comia até o estômago explodir. Tudo em suas vidas foi um exagero, mas pergunto-lhes: quem já amou certinho? Não mintam para si mesmos. Sabemos que jamais haverá sensatez onde flameja o fogo de eros.
Richard Burton foi o maior ator shakespeariano de todos os tempos e seu desempenho nos filmes era, simplesmente, irretocável, perfeito. Homem simples e afetuoso até com desconhecidos. Costumava rodar de táxi por New York e parava o carro para pessoas em apuros no trânsito. Foi numa dessas que deu carona a um jornalista brasileiro, ficando alucinado quando soube da sua nacionalidade:
"- Eu vou ao Brasil só para rever o meu amigo Fonseca!" Dizia ao carona brasileiro.
"- Por acaso, você conhece o Fonseca?"
Não, ninguém conhecia o tal Fonseca, só ele, embriagado que estava pela saudade que sentia do velho amigo.
Elizabeth Taylor, a Cleópatra mais sedutora do cinema e par romântico de James Dean em Assim Caminha a Humanidade, não nos deixava descolar os olhos da tela quando aparecia em close. Uma deusa inglesa na América.

Perguntada se sentia vergonha das supostas surras que levava de Burton, respondia com fina ironia na voz:"- Meu caro, eu acho que você já deveria saber que pancada de amor não dói."
Um dia desses, paixão acesa em seus olhos de matizes violáceos, Liz se uniu definitivamente ao seu Marco Antonio (Burton por ela se apaixonou ao fazer esse papel) e, daqui da terra, os vejo fazendo amor em pleno set cinematográfico do paraíso onde residem os amantes imortais.
Não importa, amor gostoso e rasgado não tem hora nem lugar para acontecer.
A música para acompanhar esse eterno idílio?
Tony Bennett, Stranger in Paradise.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Ao meu Cunhado

Pássaro Livre

Atravessa o céu


Segue tranquilo no seu voar solitário

Choca-se com o infinito

Beijando o azul do azul do azul...azul