quarta-feira, 7 de julho de 2010

KÁTIA, a dor que virou Amor

Caminhante de bolhas sanguinolentas nos pés, ela atravessou e trespassou nossos corações com suas dores engolidas a seco nos bancos e brancos dos frios hospitais. Remédios e pílulas em suas mãos perfuradas pelos soros nas veias. Via-crucis para ela e para todos nós. Ficava eu engrolando rezas nas noites de travesseiros sem sono, como uma doida e doída criatura. E o sofrer não passava e, maldosamante, aumentava. Ai, quando, quando passará?
E quando nem imaginávamos, passou.

KÁTIA RENASCEU

Renasceu com a mesma integridade de caráter que sempre teve: sem contar tristezas, sem lamentações pelos cantos obscuros de si mesma. Retomou seu novo caminho e nos ensinou a antiga e nova arte de sermos humanos, gente. Pegou do seu chapeuzinho e retomou sua caminhada para onde quiser ir.
Parece homenagem e é homenagem. Pode ser também a constatação de que Kátia soube transmutar, tal suave alquimista que é, a dor lancinante da sua doença em AMOR abrangente a quem de si se acercar.
Trouxe-te flores, Kátia, clicadas por aí, nas minhas manhãs frias de orvalho, aceite-as, por favor!
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Uma música sempre pega bem!
Custódio Mesquita, rapaz rico e boêmio, lá pelos idos dos anos 30, compôs Mulher e para dedicá-la à Kátia só poderia ser com Maiúscula, nada contra as mulheres minúsculas, elas que cresçam também com o sofrimento e com o que a vida tanto tem a nos oferecer e ensinar.
A voz é do grande intérprete Emílio Santiago.
Tchauzinho amigos!!!