terça-feira, 16 de março de 2010

Uma Ilusão à toa...

Aquela cena nunca me sairá da cabeça. A orla marítima iluminada, tal como um cordão de luzes, contornando Copacabana. Os automóveis zunindo pela pista larga. Volto a cabeça para o lado e meu olhar recai sobre um jovem casal.
Ele, sem mais nem menos, toma de súbito sua namorada nos braços e assim, driblando a morte, atravessam a avenida. O perigo não intimida aos que amam, fui testemunha.
Uma brisa do mar soprou sobre os cabelos da menina e ela, de olhos fechados, enovelou-se mais ainda ao pescoço do namoradinho.
Nunca saberei se aquele momento não passou de uma ilusão à toa...

A cena existiu, mas a usei como um bom pretexto para falar de Johnny Alf (1929/2010), cantor, professor de piano e um compositor muito acima da média, expoente máximo da Bossa Nova. Homem muito discreto, faleceu aos oitenta anos em um asilo em São Paulo.
O seu legado artístico-musical irá soprar sobre nós com o frescor de uma brisa marítima. Alusão a "Eu e a Brisa", uma perfeição, Obra de Mestre.
Escolhi "Ilusão à toa" por uma questão de afinidade pessoal. Será interpretada aqui em dueto com a exuberante intérprete, Fafá de Belém.
Sintam-na com toda a alma e o coração!

"A conduzir o nosso amor discreto..."