quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Sempre - Vivas

Periodicamente, os campos coloridos de sempre-vivas são tomados por grupos de crianças que, com suas pequenas mãos, vão colhendo-as, uma a uma. Poderia ser um um quadro bonito e harmonioso caso não se tratasse de um velho fenônemo chamado evasão escolar. Crianças abandonam suas escolinhas e complementam "a renda familiar" na busca frenética por essas delicadas florzinhas. Seus pais, assim como os filhos, são os chamados bóias-frias. Trabalham pelos campos por um breve tempo e recebem seus salários. Depois, deitam-se no chão de barriga pra cima e vazia, apenas para sonhar...
É verdade,por incrível que pareça, eles também sonham. Sonham com bobagens, tipo comida, tipo amor, tipo educação, tipo saúde, inutilidades.
Portanto, ao fazermos nossos elegantes arranjos florais é bom termos em mente que ali há gotas secas do sangue de algum pequenino descuidado. Essas gotas darão, com certeza, um certo toque exótico que faltava. Vai ficar lindo, experimente.
Falei em trabalho escravo infantil? Claro que não!
Eles recebem seu naco e são enterrados em covas incógnitas, por aí...
No "Rancho da Goiabada", Aldir Blanc e João Bosco contam melhor essa história. Hoje é a eterna Elis quem vai cantar. Vamos nessa?

Recomendação:

Leiam o Estatuto da Criança e do Adolescente onde o trabalho infantil está expressamente proibido. Cumpramos, pelo menos, a Lei, já que a sensibilidade se encontra em franca extinção.