terça-feira, 17 de novembro de 2009

Ser Bicho - Ser Gente


ESSE VAI SER O MEU CONTO DE NATAL:



Uma senhora bem idosa, ao invés de esperar pela morte no asilo em que seus filhos a jogaram, decidiu ficar mesmo na sua casinha. Chegaram as Festas Natalinas e ganhou um leitãozinho róseo. Olhou, pensou e repensou, não quis sacrificar o animalzinho, decidiu criá-lo.
Billy - o nome do porquinho - lhe fazia companhia como se fosse um cãozinho de estimação. Assistiam TV juntos com direito a pipocas e tudo de gostoso que havia na geladeira, até uma cama ele tinha ao lado da sua dona. Enfim, não se largavam. Nascia ali uma amizade forte, indestrutível, aquela que só os animais conseguem nos proporcionar, vão me desculpar os tais seres humanos. Porém, a saúde de Susan (a velha senhora) se complicou e, numa certa manhã, ao preparar o café para ambos, ela sofreu uma ataque cardíaco e caiu ao chão já se preparando para o fim iminente. Billy, ao vê-la assim, fez de um tudo que estava ao seu alcance no momento, ou seja, lambeu-lhe o rosto e guinchou bem alto pedindo por socorro. Nada aconteceu e Susan ia ficando cada vez pior, lábios arroxeados e olhos revirando.
Lá estava ele agora, estirado na rua e impedindo o trânsito. Os carros pararam e os vizinhos resolveram arrastar o pesado porco para a sua casa. Billy pensou: "-Está dando certo meu plano." O que é que foi? Vocês acham que porco e bichos, em geral, não pensam? E pensam melhor que nós, não nos julguemos tão superiores, vão parando pra refletir um pouco, meus caros colegas. As plantas? Bem, essas também são muito especiais. Então, vamos prosseguindo: puxa daqui, puxa dali, o porcão pesado e, ao entrarem na cozinha, as pessoas depararam-se com a velhinha já bem geladinha e estendida no piso quadriculado e frio. Billy não perdeu tempo, berrou mais alto ainda e pouco a pouco, todos entenderam o seu gesto. O gordo suíno que quase fora parar no forno no Natal anterior, salvara a vida de sua dona. Levada ao hospital, Susan recuperou-se em algumas semanas e ainda voltou a tempo de preparar a Ceia de Natal para seus bons amigos e, principalmente, para Billy que não parava de ser acarinhadado no enorme focinhão. História inventada? Nada disso, o fato ocorreu há alguns anos atrás nos Estados Unidos e ganhou as manchetes dos jornais à época.
Pessoalmente, tive gatos e cães que me trouxeram inúmeros exemplos de fraternidade e amor. Não desprezo o contato humano, mas sinto na pele o quanto tem ficado cada vez mais difícil a convivência humana. Mães que jogam bebês no lixo; filhos que abandonam pais na senilidade; falta de comunicação entre as pessoas; gente materialista que só pensa no seu carrão último tipo, por aí...
Enfim,Ser Bicho é muito bom, mas Ser Gente é muito discutível. Por demais discutível e até IMPOSSÍVEL!!!
SER BICHO OU SER GENTE???


Dedicado aos que buscam e se esforçam por tornar esse mundo melhor. Deus os abençoe!


Amigos, estou muito atarefada nesse período do ano. Quem não está? Viagens, compras, todas aquelas coisas que todos já sabemos. Daí, não dispor de tempo para novas postagens, por enquanto. Conto com a compreensão de vocês. Amo e respeito a todos que nos visitam!


BOAS FESTAS!!!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Sombra, velha sombra na parede...

Lá está o mesmo rosto
Delineado com alguma maestria
Ao acaso de um pintor inexistente
Perdido no descascar de uma parede
Não preciso dar-te importância
És apenas uma sombra
Vou à rua
Mas volto, sempre volto
Te reencontro, intacto
Sobrancelhas, lábios
Um certo sorriso paralisado
Não me assombras mais
Pois, em sendo sombra
Sois triste projeção
De um passado perdido

STANISLAW PONTEPRETA:

"O homem de duas caras, geralmente, usa a pior..."

letras com trevo