quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Sensorialmente...amo


Entras para o banho
Ouço os sons da água
Esguichando do chuveiro
Corpo sendo ensaboado
Minha imaginação percorre
Viaja rápida
A cada milímetro de ti
Perfume de um sabonete
Penetra fundo
Em minhas narinas sequiosas
Doce e delicado aroma
Já não sei se da tua pele
ou do produto em si
Não importa!
Agora que saíste da água
Toalha envolta à cintura
vens em minha direção
Caída ao chão sem função
Ficou a toalha
Quem a retirou?
Meu olhar te desvela
Respiro-te de um só fôlego
e totalmente
Nada mais há de perfumaria em ti
E meu olfato tanto, tanto se embriaga
que desmaio só ao recordar
Você inteiro
Só para mim...

Finalmente, a casa está pintada! É, mas só o interior dela, pois ainda falta toda a parte externa. Mais umas semaninhas de sofrimento. Pelo menos, ficou bonitinho, não ficou? E o vitral? Foi feito por mim!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O Príncipe Maluquinho

Caratinga, Minas Gerais... terra do Ziraldo e de todos nós! Já estive lá, é linda!
A vitrolinha vermelha, o centro das atenções. Enquanto a agulha corria pela bolacha preta de vinil, um grupinho de adolescentes ouvia, sem ao menos respirar, a voz inigualável de Paulo Autran dialogando com um menino que não largava do seu pé, era o Pequeno Príncipe em disco, a grande novidade da época. Paulo interpretava o piloto sem sorte e impaciente que sofrera um acidente aéreo no deserto e que estava dando de cara com um menino muito estranho e questionador. A criança criticava os homens que só viviam para contar dinheiro e, sufoco dos sufocos, ainda lhe pedia para desenhar um carneiro. O resto, vocês já conhecem.

Esse foi um pedacinho daquela juventude meio hippie, meio idealista que a roda-viva tratou de dispersar, cada um pro seu lado, é a vida...
O desenhista, cartunista, escritor e gente boa, Ziraldo

Nesse meio tempo surgiu um mineiro. Pronto, chegou mineiro, pára tudo: era Ziraldo Alves Pinto, lá de Caratinga, o nosso "Piraldo", assim chamado por suas idéias muito férteis, até hoje. Outra turminha formou-se e fomos às bancas de jornais comprar, ler e, principalmente, comparar.
Os desenhos de Walt Disney, dono do pedaço!
"A TURMA DO PERERÊ", a primeira revista infantil co-lo-ri-da do país, coisa de louco, né? Walt Disney tomando conta do mercado infantil mundial e o maluqinho do Ziraldo nos dando assim, na boa, uma revista que tinha tudo de mais interessante e gostoso que o Brasil poderia conter. Tinha o "romance" da menina Tuiuiú e a célebre perseguição dos compadres caipiras à onça Galileu que, esperta demais, nunca se deixou apanhar e ainda tirava um sarro com a cara dos dois bobões.
A Turma que o Brasil esqueceu...

Não satisfeito, o mineiro dos coletes mais famosos do Brasil, me vem com um tal de "Menino Maluquinho", um garoto com um panelão na cabeça. Aí, o Principezinho pirou de vez. Ele era o maioral, o mais elegante e filosófico "guru" da moçada; capinha de veludo vermelho e aquelas lições infalíveis ("Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas...").

Mas Maluquinho insiste e resiste ao príncipe francês interplanetário sem perder sua rebeldia terrena, brasileira. Ziraldo redescobriu a verdadeira criança brasileira, mestiça, esperta, pobre, mas com dignidade.
Pererê, Maluquinho, O Fantasma, Super-Homem, O Príncipe Valente, Mandrake, Capricho e suas fotonovelas, Sétimo Céu, Cinelândia (o cinema e suas divas), Terror (ai, que medo!), tinha de um tudo pra se ler, menos revista de mulher pelada. Lógico, haviam os desenhos eróticos do Zéfiro que circulavam, na moita, por debaixo das carteiras escolares, isso dava uma m...! Mas, no geral, no geral, a gente nem sabia como nasciam os bebês, depois é que veio a história da "sementinha na barriga da mamãe". Ficou sem graça. Particularmente, ainda sou adepta da velha e boa cegonha, bela imagem! Concordam comigo? Não? Tudo bem! Tamos numa democracia...
-----------------------------------------------------------
UMA DO MALUQUINHO:
Tia perguntando pro menininho:
- Está gostando da escola?
- Tou não.
- Por quê?
- A professora não sabe de nada.
- É mesmo?
- É. Fica perguntando tudo pra gente...





Finalmente, para não cometer uma injustiça histórica, obrigatoriamente, temos que citar o Dr. Pedro Bloch que escreveu mais de cem livros sobre crianças e ainda nos deixou duas OBRAS-PRIMAS:
O querido médico pediatra e dramaturgo, Pedro Bloch.

1- "AS MÃOS DE EURÍDICE"

2- "DONA XEPA" (belíssima novela)

Pedro Bloch, invariavelmente, terminava suas crônicas bem humoradas, assim: "Criança tem cada uma!"
Agora, essa humilde blogueira que vos fala, só se pergunta com uma pontinha de tristeza: será que o "Príncipe Maluquinho" voltou mesmo, por vontade própria, para o seu planeta de origem ou fomos nós, "contadores de dinheiro", que o expulsamos para sempre da terra e das nossas vidas? Quem poderá me dizer?
PERNAS PRO ALTO QUE NINGUÉM É DE FERRO...


VOLTO NA PRIMAVERA: "Quando entrar setembro/ E a boa nova andar nos campos..." (Beto Guedes)
RETORNAREI OS COMENTÁRIOS DE TODOS OS AMIGOS, MESMO NAS FÉRIAS!!! Bjs