sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

2009, QUANDO AS FLORES VOLTAREM


PAULO SOLEDADE, O AUTOR DA MÚSICA... PAI DE...
OBS.: CORREÇÃO FEITA POR SONIA REGINA DO BLOG "...EU VOU GRITAR PRA TODO MUNDO OUVIR..." CORREÇÃO ESSA, POR SINAL, MUITO BEM VINDA, OBRIGADA!
SONIA REGINA REALIZOU UM POST COM A MESMA TEMÁTICA, JÁ QUE ELA VIVENCIOU UMA PARTE DESSA HISTÓRIA DA NOSSA MPB O QUE VEM CORROBORAR COM O QUE FOI DITO AQUI... VALEU, SONIA!
...PAULINHO SOLEDADE, TAMBÉM POETA E COMPOSITOR



Paulinho Soledade, paranaense de Paranaguá que se "naturalizou" como bom carioca, compôs pelos idos de 1961 uma canção imortalizada pela voz surpreendente de Helena de Lima... Helena, uma doce senhora de longos cabelos grisalhos (ela teve a coragem de assumi-los), se agigantava quando liberava sua emoção e nos comovia ainda mais...

A HISTÓRIA DA MÚSICA:

Paulinho estava internado num sombrio quarto de hospital, mas acordou certa manhã e, sem saber porque, dirigiu-se à janela, abrindo-a. Olhou para a avenida onde carros passavam velozes e pessoas se acotovelavam e viu duas mulheres na multidão:

SUA ESPOSA E SUA FILHA.

VINHAM VISITÁ-LO!

O grande Poeta e Compositor, subitamente, "ouviu" a letra e a música na sua alma e se dirigiu à mesinha de cabeceira de onde retirou caneta e papel.

NASCIA, ASSIM, UM HINO DE ESPERANÇA:

ESTÃO VOLTANDO AS FLORES



ESTÃO VOLTANDO AS FLORES



NESSA MANHÃ TÃO LINDA



COMO É BONITA A VIDA



QUANTA ESPERANÇA AINDA



AS NUVENS VÃO PASSANDO



UM NOVO CÉU SE ABRINDO



O SOL ILUMINANDO


POR ONDE NÓS VAMOS INDO...


Paulo Soledade "partiu" em 1999 e nós,

EU

VOCÊS

TODOS NÓS

NESSE

PLANETA

CONTINUAREMOS AQUI, PORQUE AS FLORES HÃO DE VOLTAR... UM DIA!

UM LUMINOSO 2009 PARA A HUMANIDADE!


***********************************************************************

MIMO DE ANO NOVO, PRESENTE DA CRISS DO BLOG "SORRISO", OBRIGADA AMIGA!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O NATAL DE ALICE

CONTO NATALINO:
Becos tortuosos, esgotos a céu aberto, barracos inundados e muitos destruídos nas áreas de riscos...

ALICE,

amendrotada a um canto, sentada numa esteira esfarrapada e olhos fixos em Juca, seu filho, ou melhor, o cadáver dele, exibindo um orifício à bala na testa, testa tantas vezes beijada por ela.
Foram os "homens" de negro, com suas armas na cintura, poucas, nenhuma palavra: Juquinha levanta o olhar ao ouvir a porta ser arrombada e morre de olhos abertos para o teto de zinco.

DENUNCIE!

Alguém falou ou foi ela quem pensou?

A LEI DO SILÊNCIO!

Alice, a mãe do jovem defunto, calou-se. Chorou de uma forma muda, sem sequer deixar passar um soluço e nenhuma lágrima a escorrer.
Na parede do casebre o cartaz gasto de papel, exibe uma menina loura, bela e o sorriso de um gato; Alice no País das Maravilhas recobre as frestas da madeira estragada da precária construção que os abriga.

NATAL NO ASFALTO,

luzes piscando e um Papai Noel ofegante pelo calor de quarenta graus, tira fotos com crianças risonhas, lambuzadas de sorvete. Velas coloridas iluminam a imensa árvore de Natal do Shopping.

UMA VELA,

ou melhor, um toco de vela usada é acesa ao lado do corpinho magro de Juquinha, treze anos de não-existência. Foi sua madrinha, Jurema, quem acendeu e ensaiou uma mistura de Pai Nosso com cânticos africanos do candomblé ao seu "Pai Xangô", Orixá da Justiça.

O GATO NA PAREDE
resolve sair de onde sempre esteve e exibindo um sorriso mais perverso e vitorioso, interpela a outra, a Mãe Alice do morto Juquinha:

ALICE, ONDE ESTÃO AS MARAVILHAS QUE SONHASTE?

A LÁGRIMA,

finalmente, escorreu...



°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°

A TODOS OS QUE NOS VISITAM, OS NOSSOS MAIS SINCEROS VOTOS DE BOAS FESTAS, APESAR DE...

°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°
MIMOS DE NATAL DAS AMIGAS CRISS, EVA E MIRIAM: OBRIGADA!
NATAL COOKIE, PRESENTE DA CRISS:


NATAL DOS URSOS, PRESENTE DA CRISS:

FLORES DA EVA:


MARTIM PESCADOR VERDE DA MIRIAM, PÁSSARO DE SANTA CATARINA:





MENSAGEM ESPECIAL DE NATAL DA MIRIAM, AMIGA DE TODOS NÓS, PESSOA LINDA E ATUANTE EM PROL DOS DESABRIGADOS DE SANTA CATARINA:

Carta ao Papai Noel

O senhor vai me desculpar se lhe falo com liberdade, mesmo não tendo nenhuma familiaridade com o senhor. Para mim, o senhor é sempre um pouco estranho, e até acaba me resultando algo antipático. Me desculpe, viu?! Nos meus tempos de criança, lá na Espanha, o senhor não era protagonista do Natal. Sabíamos mais ou menos que, nos países frios do norte da Europa, veneravam um tal de São Nicolau ou Santa Klaus, velho de barba branca e com um saco nas costas, que andava pela neve distribuindo presentes à criançada. Para nós, Natal era o Menino Jesus, Nossa Senhora e São José, Belém e a estrebaria, a estrela, os anjos, os pastores, os reis magos... O nascimento de Jesus Cristo, Filho de Deus, nascido de Maria. Deus feito homem! Tudo isso simbolizado e vivido - com muita fantasia e emoção, com muita religiosidade - no presépio, tão carinhosamente preparado em todas as famílias católicas, às vezes com arte extraordinária. Era a missa da noite de Natal e as cantigas próprias desse tempo litúrgico. Também, claro, os presentes familiares, as comidas típicas e as tradicionais representações cênicas. Tudo, sempre, em torno ao Menino Jesus. Ele era o Natal! Agora - me desculpe -, o senhor entrou no meio e... botou o Menino Jesus para fora do Natal! Natal é o Papai Noel, Papai Noel é o Natal, e o Menino Jesus já era! Francamente, o senhor está me incomodando. O velho matou o Menino, penso às vezes. E me dá raiva, viu?! Pensando melhor, porém, sei muito bem que a culpa não é propriamente sua. O senhor entrou nessa sem querer. Foi metido no Natal deles. Eles o sentaram em cima do Menino, e o negócio interesseiro que fazem com o senhor apagou a luz e a graça do Mistério do Natal. Natal virou mercado, já antes de chegarmos a estes tempos diábólicos do Mercado Total. E vira também, naturalmente, bebedeira e briga e esbanjamento e ofensa aos pobres que não têm nem casa, nem comida, nem calor humano. Eu acredito que, se o senhor é mesmo São Nicolau, o que vai querer é que Jesus seja conhecido e amado e seguido. Isso é o que querem todos os santos e santas de verdade. Jamais o senhor pretenderia usurpar o Mistério do Natal, menos ainda para fazê-lo virar frivolidade e negócio. Acreditando nisso, quero lhe fazer um pedido, senhor São Nicolau, o verdadeiro. Ou vários pedidos. Sendo que Deus resolveu nos dar o seu próprio Filho, todo pedido é pouco... Continue a entregar presentes a todo o mundo, sobretudo aos duros de coração e aos corações de criança. Para os duros de coração, o sentido da justiça e da solidariedade e da partilha. Para os corações de criança, mais sonho ainda (utopia, necessária como o pão de cada dia), a esperança sempre maior, uma ternura do tamanho de todas as estrelas de Natal juntas e muita coragem e união para lutarem pelo Tempo Novo que Jesus veio inaugurar com o seu nascimento. Ajude aos pobres e marginalizados do campo e da cidade, negros, índios e brancos, mulheres e homens, a conquistarem a terra e o pão, a casa e a dignidade, a cidadania e a festa. A todas as autoridades deste mundo, vergonha, responsabilidade e espírito de serviço. E a todas as pessoas, aquele presente maior, que é o próprio Evangelho, a Boa Nova que os anjos de verdade cantaram nessa Noite, a mais bela da História humana, porque nela o próprio Deus nasceu feito humano, como nós, filho de mulher, criança e pobre... Desculpe, senhor Papai Noel, se pensei mal do senhor, e muito obrigado se pedi bem! Com um beijo em sua barba branca. Atenciosamente, Eu, Você, e todos os homens de boa vontade!